quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

10:28 - 07/01/2010

- Pandora, temos o mundo, não temos? - Você sussurrou.
- Não sei, David. Mas encontrarei você amanhã à noite. Por que não me apareceu lá? Um lugar aquecido e iluminado.
- Parecia uma invasão bem mais absiva, abordá-la na privacidade sagrada de um café movimentado. As pessoas vão a lugares desse tipo para ficar sozinhos, não vão? Isso pareceu de certa forma mais adequado. E eu não estava querendo ser vouyeur. Como muitos novatos, preciso me alimentar todas as noites. Foi por acaso que nos vimos naquela hora.
- Isso é encantador, David - disse eu- Há muito tempo ninguém me encanta. Encontrarei você lá... amanhã à noite.
Então uma maldade se apossou de mim. Aproximei-me de você e abracei-o, sabendo que a dureza e a frieza de meu corpo antigo haveriam de despertar o mais profundo terror num recém nascido como você, passando tão facilmente por mortal.
Mas você não recuou. E quando beijei sua face, você beijou a minha.
Agora me pergunto, aqui sentada neste café, escrevendo... tentando lhe dar com estas palavras talvez mais do que você esteja pedindo... o que eu teria feito se você não tivesse me beijado, se você recuasse com aquele medo tão comum nos jovens.
David, você é mesmo um enigma.

(Pandora - Anne Rice)

2 comentários:

  1. Olá Sofia! Não repare em minha visita relâmpago, mas venho lhe convidar para ler o novo capítulo de “O Diário de Bronson (O Chamado)” e deixar o seu comentário.

    Retornarei com melhores modos e mais tempo. Tenha um ótimo final de semana. Abraço do Jefhcardoso!

    ResponderExcluir